quarta-feira, 30 de junho de 2010

Agressividade e Beleza

Ontem tive uma grata surpresa, algo que não me acontecia há muito tempo.

Fui a Lapa ver um show de uma banda que nunca tinha ouvido falar e da qual nenhum amigo ainda havia me recomendado.

Uma banda com um nome interessante - “OSDURO”. A principio achei o nome bem adequado, pois na cena independente do Rio, não ter grana é normal, mas após o show, soube que o significado do nome não era só esse, assim como o som que me aguardava, havia outros sentidos, e alguns até mais pertinentes no caso deles.

O show não estava cheio, e as poucas pessoas que lá estavam se misturavam aos amigos da banda num clima de banda dos anos 80. A reação daqueles, que como eu, nunca tinham visto um show deles antes parecia a mesma. Era um show autoral (algo raro nos dias de hoje) de uma banda ainda não conhecida e isso quase sempre te faz desligar do que está rolando, pois não há muito envolvimento,você não está lá pra ver os caras, você não conhece as músicas e coisa e tal. É quase como um entretenimento, mas estranhamente com esses caras, isso é diferente! Eles não passam despercebidos nem a gente consegue passar batido a eles.Por mais que você não esteja entendendo bem o que se passa, você não consegue deixar de literalmente assistir os caras no palco.

Eles começaram com algo que me pareceu uma música instrumental, uma guitarra que parecia um motor de arranque ameaçando pegar, e de repente a coisa pega mesmo. Um Rock de riff forte que me remeteu a um motor. Associação fácil de Rock Bom.

Logo se seguiu uma sequencia de músicas com cara de hit, rocks com refrões grudentos e sem apelações, blues radiofônico, letras interessantíssimas pelo que pude descobrir depois,grandes riffs que me lembravam vez por outra Guns n´Roses dos tempos do Appettite for Destruction misturado ao punk de Brasília.

Eles são algo que se parece com o que eu esperava que a nova geração do rock do Brasil fosse, eles são o que os "Emos coloridos" deveriam ser, na minha opinião, Atitude e Profundidade, enfim uma banda digna de herdar e perpetuar a tradição de Rock brasileiro que vem desde Rita Lee passando por Barão, Legião, Capital,..., etc e tal.

Um show com postura de banda do mainstream, postura de artista coeso e proposta definida, com personalidade. Algo que não se vê com facilidade em uma banda Underground.

Os músicos me pareceram mais que músicos, me pareceram pessoas interessantes. A banda me soa como o resultado desses 4 caras e não desses 4 instrumentos.

O baixista com uma pegada forte, agressiva em alguns pontos e melódico em outros, com cara de mau, mas fazendo um backing vocal em falsete que gera um contraste muito bom.

Um baterista que toca forte, de maneira inesperada, ficou impossível pra mim distinguir ou exemplificar que tipo de baterista ele é, só você vendo pra sentir a vibe do cara.

As guitarras eram soltas, fortes, agressivas e sem frescuras, poucos eram os solos, e o que se via mais eram riffs, diga-se de passagem, alguns matadores.

O guitarrista de timbre agressivo, postura fria e passiva, passava uma segurança de quem sabe o que faz - uma dicotomia preto e branco bem direta.

O vocalista que também empunha uma Lês Paul passava uma imagem de força e vontade que dava gosto de ver. O cara parecia realmente sentir cada segundo do que estava acontecendo em uma viagem quase que pessoal.

Literalmente entregues de “corpo e alma”, os caras convencem fácil de que isso é a vida deles de verdade.

Antes da última música, tocaram a única cover da noite "I believe in miracles" dos Ramones que caiu como uma luva na atmosfera que eles criaram. Fecharam a noite com uma música que pude conferir mais tarde no myspace e que tem um refrão que não sai da cabeça.

Uma banda que é feita por pessoas de verdade, sem compromisso nenhum além do artístico. Esse tipo de banda passa uma verdade que envolve quem assiste, e por mais que a gente não conheça as músicas, acaba entrando no mundo deles. Naqueles 45 minutos que durou essa minha experiência, com uma banda da qual eu não esperava nada, e acabei descobrindo que era o que eu estava esperando há anos,eu fui arrebatado.

E acho que o mundo está precisando há tempos de algo assim.

E se a idéia era nos mostrar um pouco do mundo deles (como o guitarrista havia me dito) eles conseguiram. Fizeram seu show, divulgaram suas músicas, se divertiram e conseguiram o respeito meu e de muitos outros que lá estavam ontem à noite. Se você assistir um show desses caras, você pode até não gostar do som (se você não for fã de rock), mas duvido que não se divirta e não saia de lá feliz. Isso é garantia certa!

Como havia dito no começo e me explicou um dos caras da banda, o nome "OSDURO" tem o significado da firmeza, da certeza do que se quer, do que se quer dizer e passar como mensagem.

Bom, vendo o que é comum entre esses 4 caras, a música e a arte que fazem, a minha definição para Osduro é: AGRESSIVIDADE E BELEZA.

Marcello Pacheco - Revista Indie do Brasil.
http://oglobo.globo.com/blogs/mpacheco

terça-feira, 22 de junho de 2010

Cigarros Invisiveis ... !!!

Na rasgada calada da noite em um onibus qualquer
Na rasgada calada da noite e eu a pe
Desejo estrangeiro,vicio visitante ... tudo agora e tao distante
Feito historias em um livro na estante

Quando tudo era assim e ninguem percebia o perigo
De todos seguindo um unico sentido e o nosso jardim foi virando labirinto
Cada um no seu espaco era muro pra todos os lados
Agora e cada um de nos a sos com seus proprios passos

Chutando frases,cruzando esquinas
Tracando retas em palavras desconexas,pra entender o que eu mesmo sentia
Fervilhando pensamentos direcoes,revirando ideias sobre nos
Onde so ha ...ecos de estranhos sons

Desenhando trincheiras, na beira do abismo
Onde gritos sao apenas fogos de artificio
Firmando passos em um mapa invisivel ... nenhum de nos esperava por isso
Cada um de nos ,agora a sos com seus proprios vicius

Foram noites instigantes para eu descobrir ... foi num piscar de olhos que eu vi
E preciso ser forte pra nao diluir ... e preciso ter coragem pra romper e seguir

Mesmo que ninguem entenda o que e dito ... sao sempre os mesmos pequenos vicius
Onde nada nunca chega a ser o que devia ter sido

E foi isso que me trouxe aqui ... fumando cigarros invisiveis

Um desconhecido que nao dizia nada ... me mostrou o que nao esperava

No meio fio disso tudo eu vi ... uma cancao pra escapar daqui

... entao fumando cigarros invisiveis eu parti ...

E o Dinho era cafe com leite ...!!!!

O cantor do Capital Inicial, Dinho Ouro Preto, resolveu soltar os cachorros no programa Lobotomia, exibido ontem (21) na MTV.

Na entrevista, Dinho criticou os grupos de “happy rock” (também conhecidos como "coloridos") como Cine, Restart e Replace.

“Daqui a uns dois ou três anos, os integrantes do Restart vão olhar para suas fotos e sentir vergonha”, esbravejou o cantor para o apresentador Lobão.

“Pelo que eu ouvi dessa geração colorida, do Restart, eles fazem Fresno e NX Zero parecerem Dostoievski (importante escritor russo, autor de Crime e Castigo)”, acrescentou carregando forte nas tintas da ironia

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Olha isso !!

Se o mundo fosse um lugar sério, Jon Bon Jovi seria nomeado o embaixador oficial de toda a população masculina do planeta. Ele poderia falar em nosso nome, expor nossos sentimentos e revelar nossas fraquezas mais inreveláveis*.

Encontro-me no momento apaixonado por uma música bem indie do Bon e velho Jovi. Chama-se "Stay" e é um lado-B (por isso indie) de "Say it isn't so". Inacreditável que a melhor balada da banda desde "This ain't a love song" seja um lado-B quase desconhecido.

I'm begging you
Stay just a little longer
You've always been the one who's stronger
I can't let you go

Admitir sua fraqueza e sua dependência é isso aí. Nosso porta-voz Jon mais uma vez transmite o sentimento em um refrão maravilhoso. Porque além de tudo o cara é o maior criador de refrões do mundo. Chupem todos, não tem pra ninguém. Existem melhores compositores, melhores cantores, melhores frontmen, existem até caras mais bonitos do que ele. Mas ninguém bate os refrões de JBJ.

O Dave Ghrol vive zoando as estruturas manjadas das músicas do Bon Jovi, mas isso é tudo inveja. Porque apesar de ele ser cool, engraçadinho, adorado pelos críticos e ter tocado no fucking Nirvana, ele jamais conseguiu criar um refrão que se compare aos refrões bonjóvicos*. E podem me xingar nos comments, porque eu aguento.

Tirei esses dias pra expor minhas fraquezas. Talvez eu cometa uma ou duas atitudes bem idiotas nesse meio tempo mas, como fraco que sou, não poderia passar mais tempo com tudo isso sobre os ombros.

* Eu acho que inventei essas palavras.

Renato Thibes

sexta-feira, 4 de junho de 2010

... BRUMMMM !!!!! Riders on the Storm ...